segunda-feira, 15 de junho de 2015

A minha história

Desde sempre me lembro de ter excesso de peso.
Lembro-me de na escola primária ser a menina gordinha e grandinha.
Depois fui para o liceu e continuei a ser uma rapariga alta para a idade e das mais gordinhas, o que continuou até ao final do secundário.
Nesta altura tinha excesso de peso, mas não era propriamente obesa.
Tenho uma constituição física que permite disfarçar o peso e tinha amigas também elas gordinhas.
Como não tinha, nem nunca tive problemas com rapazes, e conseguia comprar roupa com facilidade nunca me preocupei com o assunto.
De facto, durante muitos e muitos anos, o excesso de peso nunca foi um problema para mim.
Lembro-me de quando entrei na faculdade, aos 18 anos, de pesar 74 kg. Tenho 1,66 cm de altura.
Estava portanto a entrar no estádio de obesidade de grau 1, mas não queria saber. Era feliz e sentia-me bem com o meu corpo.
Os anos foram passando, e quando terminei a faculdade aos 23 anos, pesava mais 10 kg.
Durante estes cinco anos, só fiz dieta uma única vez. No final do primeiro ano da faculdade, e após o fim de um namoro complexo e auto destrutivo, decidi que tinha de cuidar de mim e emagrecer. Comecei a fazer dieta (uma daquelas malucas em que quase não comemos). Ao final de pouco tempo, numa consulta de rotina, a médica mandou-me fazer analises. Estava com principio de anemia. Terminou assim a minha primeira dieta na vida.
Durante o restante período de faculdade não voltei mais às dietas. Simplesmente não queria saber. Nem sempre estava bem com o meu corpo, mas uma dieta não durava mais que um dia.
Mais do que tudo, para se fazer dieta tem que se querer e estar psicologicamente empenhado. E eu não estava, não queria.
Quando terminei a faculdade, comecei logo a trabalhar, e uma vez mais dieta não fazia parte do meu vocabulário nem dia a dia. Mudei de casa, os meus horários e alguns hábitos... terminaram-se os almoços e jantares nas cantinas da universidade e bar da faculdade.
Fui conseguindo manter o peso, embora com umas ligeiras subidas.
Antes de me casar, à 3 anos, decidi fazer dieta. Estava na altura com 88 kg, e usava o 44 de roupa. Decidi que queria estar mais bonita no casamento. Comprei o livro "A Dieta dos 31 dias" da Ágata Roquette e comecei. Emagreci 2 kg e desisti.
Quando casei pesava 86kg.
Comecei a fazer exercício e julgava que como gastava mais também podia comer mais.
Ao longo do tempo fui aumentando.
Quando fiz 28 anos, pesava 92,5kg. Por essa altura tive consulta na minha médica, que me disse que por razões de saúde tinha de emagrecer. Não podia adiar. Era a minha vida que estava em causa.
Voltei então a ler o livro da Ágata Roquette, que há muitos meses estava arrumado, e comprei os outros dois "As regras de ouro" e "As receitas dos 31 dias".
Iniciei-me na luta, desta vez mentalizada que era a minha vida e saúde que estavam em causa.
Ao longo de 10 meses, emagreci 10 kg.
Em final de Junho de 2014, cheguei ao peso mais baixo dos últimos dez anos. 82,5kg. Foi difícil lá chegar e mais difícil se mostrou mantê-los. Por esta altura fui de férias, e a dieta ficou suspensa, de férias longe de mim. Ao fim de 15 dias estava nos 84kg.
Desde essa altura, tenho lutado entre dias de dieta e dias de comer compulsivamente. Parei entretanto o exercício. Nunca gostei de fazer e sem companhia tornou-se cada vez mais complicado continuar.
Retomei a dieta umas 20 vezes desde essa altura.
Hoje, peso 93kg.
Não gosto do meu corpo, não me sinto bem com ele, e luto diariamente para retomar a dieta.
Não consigo ser coerente. Nos últimos meses muitas coisas alterei na minha alimentação e na minha vida. Mas volto sempre à casa de partida.
Hoje, sei e percebo que preciso novamente de perder peso. Não importa se rápido ou lento mas tenho de perder.
Por isso, recomeça a luta uma vez mais.

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